domingo, 24 de julho de 2011

''Elite impôs ideia dos veículos motorizados''
Na semana em que SP ganhou a 1ª ciclorrota, especialista lembra que ainda seguimos modelo da década de 30
24 de julho de 2011 | 0h 00
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Flávia Tavares - O Estado de S.Paulo
ENTREVISTA - Eduardo Vasconcellos, sociólogo, engenheiro e consultor da Associação Nacional de Transportes Públicos

Os 15 quilômetros de ciclorrota que a cidade ganhou na última quinta-feira confundiram alguns paulistanos. Há quem pense que bicicleta é para ser usada apenas no fim de semana. Outros não entendem por que a velocidade dos carros nessas vias deve cair para 30 km/h ou 40 km/h. Alguns cicloativistas consideram o trajeto insuficiente.

Não é para menos. Para o sociólogo e engenheiro Eduardo Vasconcellos, de um dia para o outro não se muda uma mentalidade construída em 80 anos: a de que quem não tem carro não tem valor. "A ideia de que veículos motorizados e individuais são os mais adequados foi imposta pela elite do País desde a década de 30 do século passado", diz.

Por que temos tanta dificuldade de conviver com bicicletas?

É preciso fazer um histórico, pelo ângulo cultural e ideológico. Desde a década de 30 do século passado, seguimos o modelo americano de desenvolvimento. Nessa época, a elite definiu que a prioridade seriam as rodovias e as pessoas deveriam comprar veículos.

Quais as consequências disso?

Todas as formas de transporte que não significavam modernidade eram assimiladas como inferiores. Então, andar a pé e de bicicleta se tornou uma coisa atrasada e, de forma mais grosseira, coisa de gente pobre. O sistema cresceu transmitindo a imagem de que quem é trabalhador e competente deve ter um carro. Assim, foi imposto ao desenho urbano brasileiro o formato favorável ao automóvel.

É possível mudar esse modelo e a mentalidade do paulistano?

O modelo já venceu. Os dois últimos governos federais contribuíram muito para isso, incluindo a motocicleta, apesar de ser um veículo tão perigoso. Andar a pé e de bicicleta é hoje um nicho das praias e nas cidades menores. Em outros lugares, a bicicleta é usada quase pedindo licença. Então, imagino que nos próximos 20 ou 30 anos nenhuma grande mudança estrutural vá acontecer.

A influência dos europeus, que consideram o uso da bicicleta "chique", "verde", pode ajudar?

A proposta de uma mobilidade verde tem chance de fazer alguns gols no jogo. Não é fácil desconstruir um sistema de 80 anos, mas os movimentos na Europa ajudam, porque o brasileiro admira o que vem de fora.

O que seria uma meta possível para São Paulo?

Numa cidade grande brasileira hoje, de todos os deslocamentos em um dia, só 2% ou 3% são de bicicleta. Uma meta perfeitamente possível é aumentar a média para 10%. As grandes cidades europeias têm algo como 25%, mas são cidades menores.

A ciclorrota ajuda?

Ajuda bastante. O mais importante é chamar a atenção para os conceitos de equidade, qualidade de vida e segurança, mais do que para o trânsito. As ruas e as calçadas são públicas e os modos mais vulneráveis têm de ser protegidos.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

20/07/2011 08h44 - Atualizado em 20/07/2011 08h44
Primeira ciclorrota de São Paulo começa a funcionar hoje
Agencia Estado
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A primeira ciclorrota de São Paulo começa a funcionar hoje na zona sul, cortando o Brooklin, a Chácara Santo Antônio e o Jardim Cordeiro. São 15 quilômetros ligando os Parques do Cordeiro, na Avenida Professor Vicente Rao, e Severo Gomes, perto da Avenida Santo Amaro, à Avenida Jornalista Roberto Marinho.
A sinalização foi finalizada ontem pela Secretaria Municipal dos Transportes e inclui logotipo de bicicletas no solo e placas e faixas informando sobre a existência da ciclorrota e alertando motoristas para reduzirem a velocidade.
Diferentemente das ciclovias, onde o tráfego das bicicletas é isolado, a rota de bicicleta consiste em uma via compartilhada que funcionará 24 horas por dia. Na prática, o novo serviço é uma forma de a Prefeitura cumprir o artigo 58 do Código de Trânsito Brasileiro, que prevê preferência para bicicletas em todas as vias públicas urbanas.
Mas nem bem surgiu e a ciclorrota já é motivo de polêmica. O ponto que poderá causar mais discussão é o limite de velocidade de 30 km/h nessas vias, eminentemente residenciais. A exceção ficará por conta das Ruas Alexandre Dumas e Verbo Divino, onde o limite será de 40 km/h - a justificativa é que contam com tráfego mais intenso e servem de passagem de ônibus. Não estão previstos radares. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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Mapeamento de rotas continua!
por bicicreteiro 20 20America/Sao_Paulo julho 20America/Sao_Paulo 2011
Boa notícia, depois de muita pressão de vários lados, a boa notícia é que o Mapeamento de rotas vai continuar. Em breve conto maiores detalhes, mas o convênio com o Cebrap não será mais cancelado, a Secretaria de Esportes dará continuidade ao projeto e se o cronograma não atrasar, em Setembro a cidade de São Paulo irá ganhar um mapa com rotas para bicicletas sugeridas pelos ciclistas de São Paulo.

Assim que sobrar um tempo conto aqui nessa página todo o imbróglio, desacordos, desentendimentos e mal-entendidos que causaram todo esse problema, mas a boa notícia é que tudo foi resolvido a tempo.

Em tempo, tudo ajudou, seja a minha pentelhação, seja o mar de emails que o novo Secretário de Esportes recebeu, seja toda articulação de bastidores, tudo mesmo colaborou e no final, quem saiu mais forte foram os ciclistas de São Paulo. Em breve conto todos os detalhes aqui.

André Pasqualini

20/07/2011

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Rio reformula o Sistema Pedala Rio

08/07/2011 - Agencia Rio

A Secretaria de Conservação e Serviços Públicos do Rio, por meio da empresa concessionária Serttel, reformulará o sistema Pedala Rio de aluguel de bicicletas na cidade. Para isso, o sistema ficará paralisado durante 120 dias a partir desta sexta-feira (8).

O aditivo no contrato firmado entre a Prefeitura e a Serttel, com o objetivo de melhorar os serviços para a população, prevê o aumento de 50 para 60 estações de aluguel nos bairros de Botafogo, Catete, Centro, Copacabana, Cosme Velho, Flamengo, Gávea, Humaitá, Ipanema, Jardim Botânico, Lagoa, Laranjeiras, Leblon e Urca, por onde serão distribuídas 600 bicicletas.

Além da instalação de 41 novas estações, as 19 já existentes serão reformadas e terão seus sistemas de segurança reforçados por meio de novas travas e pinos de fixação, para dificultar o furto das bicicletas. O prazo para o final do contrato não foi modificado, restando dois anos para o seu término.

Os programas de cadastro e pagamento não serão alterados, porém os sistemas serão modernizados. O preço dos serviços continuarão os mesmos: pacote mensal no valor de R$ 20,00 e pacote diário de R$ 10,00. A previsão de investimentos é de R$ 2 milhões.