sábado, 28 de abril de 2012

Aluguel de bicicletas bate 500 mil viagens e empresa quer estender sistema a toda a cidade

26/04/2012 - O Globo

Desde a reinauguração, nenhum furto de bicicleta foi registrado, diferentemente do que acontecia no Pedala Rio, sistema que antecedeu o atual

Estação de aluguel de bicicletas na Lagoa: hoje existem 55 em funcionamento, mas outros cinco pontos deverão ser inaugurados nos próximos meses, totalizando 60 Marcelo Carnaval / O Globo
RIO - Apelidadas de laranjinhas, as bicicletas para aluguel compartilhado na Zona Sul e no Centro já fazem parte da paisagem do Rio. Reinaugurado há seis meses, depois de um período de tombos, o projeto Bike Rio alcançou a marca de 500 mil viagens no último dia 23. São mais de 66 mil usuários cadastrados e aproximadamente quatro mil viagens por dia. Desde a reinauguração, nenhum furto de bicicleta foi registrado, diferentemente do que acontecia no Pedala Rio, sistema que antecedeu o atual. O sucesso é tanto que um projeto para estender o serviço a todas as regiões da cidade já foi encaminhado à prefeitura do Rio.

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A reformulação do Bike Rio em outubro de 2011 representou um divisor de águas na aceitação do serviço pelos cariocas. Além de novo sistema de travamento, o design e a cor das bicicletas ajudaram a zerar os registros de depredações e furtos, que no Pedala Rio chegaram a 56 bicicletas só em 2010.

Aprimoramos o produto, mudamos o sistema de travamento e incorporamos tecnologias que dificultaram ações de vandalismo. A cor das bicicletas e a aceitação da população fazem com que o sistema seja preservado. O carioca já incorporou o Bike Rio como um serviço dele diz Ângelo Leite, presidente da empresa Serttel, responsável pela operação do sistema.

Projeto conta com 55 estações

Atualmente, o Bike Rio tem 55 estações e 550 bicicletas. A previsão é que, nos próximos meses, mais cinco estações sejam inauguradas na Zona Sul e no Centro. A cobertura completa das ciclovias cariocas pelo serviço prevê 300 estações e 3 mil bicicletas, segundo projeto da Serttel encaminhado ao município.

A ampliação do serviço tem como objetivo atender a um número cada vez maior de pessoas que utilizam as bicicletas como meio de transporte. O vigilante Nielton dos Anjos, de 33 anos, mora em Pilares e trabalha no Jardim Botânico. Desde que conheceu o serviço, economiza passagens de ida e volta.

Pego ônibus em Pilares e sigo para Botafogo. Lá, alugo a bicicleta e vou pedalando até o Jardim Botânico. Além de economizar, faço exercício. O único problema é a falta de ciclovia neste trajeto. Seria ótimo se fizessem mais ciclovias na cidade diz Nielton, que, antes de sair de casa, checa pelo celular quais as estações que têm bicicletas disponíveis.

Segundo Cícero Araújo, diretor de Relações Institucionais e Governos do Itaú, banco que patrocina o projeto, alguns bairros que receberão corredores exclusivos para ônibus como o Transcarioca e a Transolímpica podem ter estações do Bike Rio no futuro:

O Bike Rio ultrapassa a questão de lazer, é um projeto de mobilidade urbana. Estamos em permanente conversa com a prefeitura, e há várias possibilidades de expansão, como Madureira, Bangu e Barra da Tijuca.

De acordo com a secretaria municipal de Conservação, o projeto de ampliação do Bike Rio ainda não chegou à prefeitura.

A falta de ciclovias é um dos obstáculos para que o serviço seja ampliado para as zona Norte e Oeste. Problemas como falta de conexão, buracos e iluminação deficiente das ciclovias, como mostrou reportagem do GLOBO em novembro do ano passado, também dificultam a vida de quem pedala na cidade.

As ciclovias ainda têm problemas de manutenção e conexão. Mas, de uma forma geral, o Rio está avançando para se tornar uma cidade mais amiga da bicicleta afirma José Lobo, ciclista e diretor da ONG Transporte Ativo.

Para solucionar a questão das ciclovias, a prefeitura promete ampliar a malha da cidade em 150 quilômetros até 2016. Hoje o Rio conta com 270 quilômetros de ciclovias e deve ganhar mais 30 quilômetros até o fim do ano.

Teremos novos trechos na Ilha, em Copacabana e Santa Cruz até o fim do ano. Também temos projeto para outros 150 quilômetros até 2016, que atenderão à Zona Norte, região com menor rede de ciclovias da cidade atualmente afirma Altamirando Moraes, subsecretário municipal de Meio Ambiente.

Adepto do Bike Rio, desde que teve sua bicicleta roubada, o adestrador de cães Fábio Hidd, de 30 anos, não pretende comprar uma nova. Ele usa o sistema como principal meio de transporte para atender seus clientes.

A minha bicicleta custava R$ 2 mil. Agora eu não preciso me preocupar mais com manutenção, nem com roubo. Eu me desloco para casa dos meus clientes usando essas bikes conta.

As laranjinhas foram inspiradas no sistema de aluguel de bicicleta de Paris, chamado Vélib, inaugurado em 2007. Lá, os usuários podem comprar, pelo site do projeto, tíquetes para um ou sete dias, que custam 1,70 e 8 euros, respectivamente. De acordo com dados dos dois primeiros anos de implementação do Vélib, o sistema sofreu crescente vandalismo. Foram 16.000 depredações, 8.000 furtos, 3.500 queixas registradas na polícia e 1.500 consertos por dia.

No Rio, o sistema teve investimento de R$ 3 milhões para implantação e tem custo operacional mensal de R$ 250 mil. Desde outubro, o pico de usuários do Bike Rio aconteceu no mês de janeiro, quando foram feitas 113 mil viagens. A estação de aluguel da Rua Santa Clara, em Copacabana, é a mais movimentada, tanto para retiradas como entregas.

Acostumados a utilizar o aluguel de bicicletas na Europa, Sérgio Bruno, de 53 anos, e Madalena Gonçalves, de 41, que moram na Itália e passam férias no Rio, apontam algumas falhas na versão carioca do sistema. Apesar da praticidade, o casal acredita que o serviço ainda está longe do ideal.

É um grande conforto, mas é o único lugar em que para alugar a bicicleta você precisa de um cartão de crédito e celular. Um celular desbloqueia apenas uma bicicleta, ou seja, precisei de dois celulares para conseguir uma bicicleta para mim e outra para minha mulher. Não é um sistema feito para estrangeiro acredita Sérgio.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

CPTM CONCLUI MAIS 2,4 KM DA CICLOVIA RIO PINHEIROS

30/03/2012 - CPTM

A CPTM concluiu a pavimentação do último trecho da ciclovia Rio Pinheiros. Desde quinta-feira [29], está liberado para os ciclistas mais 2,4 km de pistas, entre as estações Cidade Universitária e Villa-Lobos/Jaguaré, na Linha 9-Esmeralda.

As obras contemplaram pavimentação, sinalizações horizontal e vertical da pista e a implantação de mais um ponto de apoio para os ciclistas, na altura da estação Villa-Lobos/Jaguaré. Agora, são seis pontos de apoio com banheiro, bebedouro e atendimento, ao longo do percurso: av. Miguel Yunes, Santo Amaro, Vila Olímpia, Cidade Jardim, Cidade Universitária e Villa-Lobos/Jaguaré.

Com esse novo trecho, a ciclovia Rio Pinheiros totaliza 21,2 km de extensão da av. Miguel Yunes [entre as estações Jurubatuba e Interlagos] até a estação Villa-Lobos/Jaguaré, com cinco acessos: um pela av. Miguel Yunes e os demais juntos às estações Jurubatuba, Santo Amaro, Vila Olímpia e Cidade universitária.

Novos acessos: até o final do segundo semestre, estão previstos mais três acessos: um na estação Morumbi, por meio de rampa, e outros dois por meio de passarelas de uso exclusivo para ciclistas [um ligará a ciclovia ao Parque Villa-Lobos e o outro ao Parque do Povo, próximo à ponte Cidade Jardim].

Obras de Modernização da Linha 9-Esmeralda: visando a segurança dos ciclistas, a ciclovia Rio Pinheiros ficará fechada nos próximos 8 domingos [01, 08, 15, 22 e 29 de abril, 06, 13 e 20 de maio], que são os da fase mais intensa das obras, devido à movimentação de carros, caminhões e equipamentos que trafegarão pela via. As segundas-feiras, a ciclovia voltará a ser aberta, no horário normal, das 6h às 18h15.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Ciclovia vai unir sete cidades da Grande SP

12/04/2012 - O Estado de São Paulo

Primeiro trecho, de 13 km e previsto para 2014, será em Mogi, ao custo de R$ 2,6 mi

Rodrigo Brancatelli

SÃO PAULO - A Região Metropolitana de São Paulo vai ganhar uma ciclovia para unir sete municípios - Guarulhos, Santa Isabel, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Poá, Ferraz de Vasconcelos e Suzano. O primeiro trecho será construído em Mogi das Cruzes, local com maior número de moradores que usam a bicicleta para ir ao trabalho, e deverá ficar pronto em 2014. Serão 13 km, ao custo de R$ 2,6 milhões, unindo universidades, pontos de ônibus e estações de trem.

Este primeiro trecho está sendo planejado pela Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa) e será bancado com recursos da Secretaria de Desenvolvimento Metropolitano do Estado de São Paulo. Ainda será construído em Mogi das Cruzes um estacionamento para bicicletas com mil vagas. O restante da ciclovia metropolitana ainda tem não extensão nem custo estimado.

"Primeiro, vamos fazer esse trajeto em Mogi, para tirar o projeto do papel e mostrar que é viável", diz o secretário Edson Aparecido. "A ideia é que a ciclovia sirva de alternativa e de complemento para o transporte público, não apenas algo para o lazer. É por isso que vamos fazer nesta região, onde há mais pessoas que utilizam bicicleta nos dias da semana para chegar ao trabalho. Ali em Mogi são feitas 7 mil viagens diárias de bicicleta. Com o primeiro trecho da ciclovia, acreditamos que serão feitas mais 2,1 mil viagens de bicicleta, o que vai acarretar uma economia de R$ 1,6 milhão por ano em passagens de ônibus."

Exemplos de fora. Das 38,2 milhões de viagens feitas por dia na região metropolitana, apenas 305 mil são realizadas atualmente de bicicleta, o que significa menos de 1% - o restante é feito a pé, de transporte público ou carro. O Plano Cicloviário Metropolitano feito pela Dersa estudou esses caminhos percorridos pelos moradores dos sete municípios e concluiu que os deslocamentos de bicicleta devem ser feitos em um raio de, no máximo, cinco quilômetros. Assim, a futura ciclovia metropolitana vai ligar estações de trem e terminais de ônibus com universidades e centros comerciais, para incentivar os deslocamentos em curtas distâncias. A intenção é que, no futuro, as viagens de bicicleta respondam por 4% dos deslocamentos feitos na região.

Cidades como Bogotá, na Colômbia, e Santiago, no Chile, adotaram ciclovias metropolitanas a partir de 1998. Na primeira, foram construídos cerca de 620 quilômetros de pistas e a participação da bicicleta no transporte público pulou de 1,6% no total dos deslocamentos para 5,8%. Já em Santiago, foram quase 340 quilômetros instalados - o uso da bicicleta saltou de 0,6% para 5%.

"O importante aqui na nossa região metropolitana é que os prefeitos já perceberam a importância do plano cicloviário e entenderam a demanda", diz Edson Aparecido. "Todos concordam que é algo positivo, seja pelos benefícios no transporte ou mesmo na qualidade de vida dos moradores."