terça-feira, 30 de setembro de 2014

Ponte da Casa Verde ficará acessível para ciclistas em outubro

30/09/2014 - O Estado de SP

O secretário municipal dos Transportes, Jilmar Tatto, afirmou ontem que o programa para tornar a travessia das pontes da cidade de São Paulo acessível a ciclistas começa em outubro, na Ponte da Casa Verde.

Segundo ele, o projeto funcional de boa parte das pontes das Marginais do Tietê e do Pinheiros já está pronto. No caso específico da Ponte da Casa Verde, a travessia se conectará às faixas do canteiro central da Avenida Brás Leme e às vias da Barra Funda, do Bom Retiro e de Campos Elísios, a partir da Rua dos Americanos. Com essa medida, a zona norte terá sua primeira ligação de ciclovia com o centro da cidade.

"Já acionamos a CET para fazer um estudo e já tem o projeto funcional de grande parte das pontes, no sentido de fazer com que o ciclista possa cruzar as pontes de forma segura e segregada. Então, esse projeto nós vamos apresentar para o prefeito e, em breve, vamos anunciar como o ciclista deve proceder para atravessar as pontes na cidade, principalmente as dos Rios Pinheiros e Tietê", afirmou o secretário.

A sinalização específica para bicicletas em pontes e viadutos paulistanos é uma das reivindicações mais antigas dos cicloativistas de São Paulo. Como não têm semáforos (e, em muitos casos, nem sequer faixas de travessia para pedestres), as pontes das marginais são hostis ao trânsito de tudo o que não for carro, moto, ônibus ou caminhão.

Gargalos. Para a Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo (Ciclocidade), os viadutos são um dos principais gargalos de mobilidade em São Paulo. A entidade iniciou o projeto "Adote uma ponte", como parte da Semana Nacional de Mobilidade e do Dia Mundial sem Carro, celebrada na semana passada. Com mais de 20 viadutos mapeados, a intenção é discutir projetos para ciclistas nas estruturas. A associação também pendurou faixas em viadutos de São Paulo.

Ciclofaixa anima os fabricantes de bicicletas elétricas

30/09/2014 - O Estado de SP

A instalação de ciclofaixas em São Paulo tem alimentado as esperanças das pequenas marcas brasileiras de bicicletas elétricas. O mercado, que nos últimos anos atrai a atenção do empreendedor, ainda não se consolidou no País como em outros locais. Agora, contudo, os fabricantes esperam que toda a discussão em torno da mobilidade suscitada pela nova política impulsione as vendas do setor.

"(As ciclofaixas) resolvem um dos principais problemas dos ciclistas, que é a segurança", diz Ricardo de Féo, fundador da General Wings. "Hoje são elas que impulsionam o meu negócio", afirma o empresário, que faturou R$ 2 milhões em 2013 e, neste ano, espera incremento de 30% nas receitas.

Ricardo de Féo não é o único animado. Como ele, existem entre 40 e 45 outras empresas que apostaram no nicho como uma alternativa de transporte no Brasil, segundo estimativas da Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE). Um segmento que se por aqui ainda é tratado como novidade, já é realidade em franca expansão na Europa, onde atrai inclusive a atenção de montadoras como Peugeot e Audi, e também na China, que vendeu em 2013, por exemplo, mais bicicletas elétricas do que carros.

Contudo, no Brasil, representantes do setor alegam que o alto custo de produção espanta o consumidor. Na General Wings, por exemplo, as opções giram entre R$ 2.580 e R$ 3.980. Dois motivos corroboram para esse valor. O primeiro é que os principais componentes são importados (a bateria e o motor respondem por até 80% do valor final da bicicleta). E o segundo diz respeito a falta de uma regulamentação específica para o produto. Com isso, o Imposto sobre Produtos Industrializados que recai sobre a categoria é de 35%, o mesmo dos veículos ciclomotores. Como comparação, uma bicicleta comum conta com 10% de IPI.

Na opinião do diretor da ABVE, Island Faria Costa, um dos impactos da falta de consolidação do setor reflete-se no pouco desenvolvimento das empresas. "Praticamente todas elas têm entre três e sete anos e todas são pequenas e médias. Algumas grandes chegaram a investir no mercado, uma delas já desistiu", afirma. Ele acredita, no entanto, que o número de vendas no Brasil possa se multiplicar nos três ou quatro nos anos seguintes. "Podemos conseguir alguns avanços na área de tributação porque algumas montadoras como Toyota e BMW estão querendo trazer seus veículos elétricos para o País", analisa.

Entregas. Enquanto se discute alternativas para impulsionar as vendas ao consumidor final, há quem acredite no potencial do produto para o mercado corporativo. A Ecostart, das empresárias Sandra e Giselle Spence, é um exemplo. A empresa sediada em Leme vendeu 1,5 mil unidades em 2013 entre bicicletas e triciclos elétricos. Desde o ano passado, ela participou de dois testes envolvendo grandes empresas que avaliam o uso de bicicletas elétricas para o serviço de entrega. Os Correios fizeram testes de curta duração durante um ano e a Natura trabalha de maneira piloto com duas bicicletas da Ecostart. "Acho positivo, já que fora do Brasil é uma realidade os serviços de entrega se utilizarem desse modal", afirma Giselle Spence.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Estações da Linha 4 do metrô terão 300 vagas para bicicletas, e ciclovias ganham melhorias

Boas notícias para os cariocas chegaram no Dia Mundial Sem Carro. Para aumentar a segurança, Copacabana ganhou bike boxes

POR BRUNO AMORIM

22/09/2014 - O Globo


Ciclista pedala na ciclovia do Aterro do Flamengo, que está sendo recapeada: além da reforma do piso, o trecho de 1,5 quilômetro entre a Marina da Glória e o Monumento a Estácio de Sá vai ganhar uma nova sinalização - Pablo Jacob / Agência O Globo

RIO — No Dia Mundial Sem Carro, comemorado nesta segunda-feira, os ciclistas cariocas receberam uma boa notícia. Cerca de 300 vagas para bicicletas serão implantadas nas futuras estações da Linha 4 do metrô: Nossa Senhora da Paz, em Ipanema; Antero de Quental e Jardim de Alah, no Leblon; Gávea; São Conrado; e Jardim Oceânico, na Barra da Tijuca. Além disso, a pedido da Secretaria municipal de Meio Ambiente, o Consórcio Linha 4 Sul — responsável pela construção da Linha 4 entre Ipanema e Gávea — está revitalizando a ciclovia da Rua General Polidoro, em Botafogo. Isso inclui novo asfalto, pintura recuperada e reforço na sinalização.

Em Copacabana, técnicos da secretaria, aproveitando o Dia Mundial Sem Carro, apresentaram a ciclistas as ciclovias e ciclofaixas do bairro, que agora estão interligadas. Além disso, já é possível, para quem pedala, chegar até o Centro, via Botafogo.

Nas ruas internas de Copacabana, onde há ciclofaixas, foram implantadas zonas com velocidade máxima de 30km/h para os carros, para estimular o uso das bicicletas. Para aumentar a segurança de quem pedala no bairro, as ruas estão ganhando ainda bike boxes: são grandes quadrados vermelhos pintados no asfalto, junto às faixas de pedestres, nos cruzamentos com sinais. Ali, à frente dos carros, os ciclistas devem esperar o sinal verde. Com isso, ficam mais visíveis para os motoristas, e o perigo de atropelamentos é menor. A ideia das bike boxes surgiu em Nova York.


Bike box (pintura vermelha no asfalto) numa rua de Copacabana: ciclistas na frente dos carros - Pablo Jacob / Agência O Globo

Já no Aterro do Flamengo, a ciclovia está sendo recapeada para oferecer mais conforto e segurança aos usuários. No serviço, que deverá ser concluído nesta quarta-feira, estão sendo utilizadas 700 toneladas de massa asfáltica, conforme noticiou Ancelmo Gois em sua coluna no GLOBO. De acordo com a Secretaria municipal de Conservação e Serviços Públicos, será instalada ainda uma sinalização no trecho de cerca de um quilômetro e meio entre o Monumento a Estácio de Sá (na altura da Avenida Oswaldo Cruz) e a Marina da Glória.

MIRANTE NA CICLOVIA DA PRAIA DE BOTAFOGO

Na Praia de Botafogo também há novidades: a Ciclovia Mané Garrincha ganhará ainda este ano um novo traçado, que vai contornar o Clube de Regatas Botafogo. No local, haverá um ponto para contemplação daquele trecho da Baía de Guanabara.

Essas obras fazem parte do projeto que transformou o Rio na cidade com a maior rede cicloviária da América Latina — 380 quilômetros. O projeto da prefeitura é chegar à marca de 450 quilômetros em março do ano que vem, quando será comemorado o aniversário de 450 anos da cidade. Segundo o subsecretário municipal de Meio Ambiente, Altamirando Moraes, o governo quer incentivar o uso de bicicletas para pequenos percursos e a integração com outros meios de transporte.

— As barcas já transportam bicicletas todos os dias. O metrô e os trens também, mas apenas aos sábados e domingos. Estamos negociando para que, nos dias úteis, fora dos horários de pico, os ciclistas também possam levar suas bikes nos trens — contou Moraes.
 
Quem usa a bicicleta como principal meio de transporte agradece pelas novidades. É o caso do operador cinematográfico Erivaldo Barbosa, de 52 anos, morador do Centro que, todos os dias, vai pedalando até o trabalho, no Leblon.

— É muito bom ir trabalhar de bike, vendo a bela paisagem do Rio. As ciclovias da Zona Sul são muitos boas, mas as da Barra da Tijuca estão em péssimo estado — disse o ciclista.

Já o marítimo Ricardo Campos aproveita o tempo em que não está embarcado para passear de bicicleta pela cidade. Ele reclama da sinalização deficiente. O presidente da Federação de Ciclismo do Estado Rio de Janeiro, Cláudio dos Santos, pede mais pistas destinadas aos ciclistas.

— É preciso aumentar a malha cicloviária, que no momento está muito concentrada na Zona Sul. Copacabana, por exemplo, é o bairro no Brasil no qual mais se usam bicicletas para entregas. Isso é mérito da prefeitura, mas as outras áreas da cidade precisam de atenção.

De acordo com ele, é necessário pensar em ligações entre os principais meios de transporte e as ciclovias das zonas Oeste e Norte. Nessas regiões, segundo Santos, há deficiências:

— Se não há uma ciclovia de qualidade, isso afasta o ciclista. O principal fator que leva pessoas a evitarem o uso da bicicleta é o medo causado pela falta de ciclovias ou por vias em estado de conservação ruim.

MALHA DO CENTRO VAI AUMENTAR

Para Pedro Rivera, diretor do escritório de arquitetura Studio-X Rio — que ajudou a elaborar um projeto de ciclorrotas na região —, é preciso dar atenção especial ao Centro. O plano, que foi abraçado pelo prefeito Eduardo Paes, prevê 33 quilômetros de rotas, sendo 17 quilômetros, já em construção, no Porto. Fora daquela área, por enquanto só um trecho na Avenida Graça Aranha ficou pronto.

— Falta vaga, mas o problema do ciclista hoje é que, ao chegar ao Centro, ele não tem como circular. Estimular o uso da bicicleta na região é uma ótima forma de aliviar o trânsito — diz o diretor.

Rivera, que pedala de sua casa, no Humaitá, até o Centro, chama a atenção também para o tipo de ciclista que circula na região. De acordo com ele, 25% são entregadores usuários de triciclos, o que precisa ser levado em conta pela prefeitura na hora de ampliar a malha:

— Os triciclos precisam de mais espaço. Se quisermos que eles parem de usar as vias para carros, vamos precisar de uma ciclovia ampla.

Read more: http://oglobo.globo.com/rio/estacoes-da-linha-4-do-metro-terao-300-vagas-para-bicicletas-ciclovias-ganham-melhorias-14011991#ixzz3E9gZmEMi

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Rio quer chegar a 450 km de ciclovias e ser a 'Capital da Bike'

19/09/2014 - O Estado de SP

RIO - Com pouco mais de 370 km de malha cicloviária (a maior do País), a cidade do Rio quer o título de "Capital da Bicicleta" para ela. O objetivo da prefeitura é construir 450 km de ciclovias, ciclofaixas, calçadas e vias compartilhadas até 2016, ano dos Jogos Olímpicos, e incentivar a população a optar pela bicicleta como meio de transporte.

Hoje, pelos cálculos da ONG Transporte Ativo, diariamente 1 milhão de viagens de bicicleta são feitas na cidade. Apesar de reconhecerem as melhorias, os ciclistas dizem que ainda faltam infraestrutura e segurança.

De acordo com o subsecretário municipal de Meio Ambiente, Altamirando Moraes, responsável pela malha cicloviária, a meta é que até 2019, 15% dos deslocamentos sejam feitos com as "magrelas" (hoje são apenas 5%).

"Queremos incentivar o uso racional do automóvel porque sabemos que é possível ter uma cidade com mobilidade sustentável, aliada ao transporte público de qualidade."

A cidade tem 10 mil vagas para bicicletas, entre públicas e privadas, parte delas em estações de trens, metrô, barca e BRT (corredor exclusivo para ônibus) e o ciclista pode embarcar com elas.

Gritaria. Por lei municipal, 5% das vagas em shoppings, supermercados e novas construções devem ser reservadas aos ciclistas. Os novos edifícios também têm que oferecer vestiários. "É difícil vender a cultura de que a cidade é para as pessoas e não para o automóvel, mas percebo que a convivência melhorou. Vejo essa gritaria em São Paulo (pessoas que são contra a ampliação do sistema cicloviário) e me lembro do início aqui (em 2010)", disse o subsecretário, que também é ciclista.

O BikeRio, projeto de aluguel de bicicletas em parceria da prefeitura com empresas privadas, também ajudou a ampliar a quantidade de ciclistas na cidade. Por R$ 10 mensais é possível escolher uma laranjinha, como ficaram conhecidas, em uma das 116 estações e devolvê-la em outro ponto da cidade. Em dois anos serão 260 estações, cada uma com capacidade para dez bikes.

Segurança. A zona oeste possui a maior malha viária e mais vagas, no entanto, a demanda para o centro é alta. Muitos ciclistas reclamam da falta de vagas, de ciclofaixas nas vias principais, da falta de segurança e do desrespeito dos motoristas. Moraes reconhece as dificuldades, mas ressalta que o centro passa por uma série de transformações urbanísticas e, por isso, apenas três das 33 rotas planejadas foram instaladas. "Avançamos, mas na medida do possível", afirma Moraes.

Morador de Piedade, na zona norte, o jornalista Jorge Lourenço, de 28 anos, deixou de ir trabalhar de bicicleta no centro pela falta de segurança.

"Faltam ciclofaixas ligando as regiões da cidade e vagas nos locais de grande demanda. As leis de trânsito são desrespeitadas o tempo todo e o ciclista só escapa de acidentes porque está sempre muito atento."

O entregador de gelo Raimundo Nonato, de 53 anos, não teve tanta sorte. Ele foi atropelado e tem uma cicatriz na coxa esquerda. Depois de mais de um ano do acidente, ele diz que até hoje não recebeu o Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT), pago às vítimas de acidentes no trânsito. "Costumo andar na faixa compartilhada, mas em alguns lugares não há espaço suficiente", afirmou.

No ano passado, ao menos 14 ciclistas morreram em acidentes de trânsito, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. Neste ano, ainda não há registro de acidentes fatais.

Ocasionalmente, também há relatos de ciclistas assaltados ou ladrões que usam bicicletas para facilitar a fuga, mas não há dados oficiais. Foi o caso da jornalista Naiara Evangelo, de 24 anos, que quase foi assaltada na Urca, na zona sul. Ela parou em um posto de gasolina para dar passagem a um carro, quando um homem tentou puxar sua mochila.

"Me desequilibrei, mas o motorista do carro me ajudou, e o ladrão fugiu. Fiquei muito tempo sem passar por esse caminho." Naiara contou que raramente vê policiais na região.

A reportagem do Estado percorreu algumas ciclovias da cidade. Em Botafogo, uma pedestre disse que a ciclovia da Rua Visconde de Silva era "uma pista de obstáculos". Além da calçada compartilhada ser desnivelada há hidrantes, árvores e até veículos estacionados.

"Nesse trecho é melhor andar na rua, porque não tem espaço para dividir com o pedestre", avaliou o professor André Dutra, de 36 anos, que só se desloca de bicicleta.

Nos arredores do Estádio do Maracanã, um trecho com cerca de 300 metros não existe. A pista termina em frente ao Museu do Índio - que seria derrubado para a Copa do Mundo, mas foi mantido de pé - e recomeça em outro ponto. Um novo traçado será feito, porém ainda não há consenso sobre a responsabilidade do trabalho: se é da secretaria municipal de Obras ou de Meio Ambiente.

Fórum.Considerada a 12ª cidade "bike friendly" do mundo, segundo ranking da consultoria Copenhagenize, o Rio receberá entre 21 e 23 de setembro o congresso BiciRio para debater o desafio de consolidar uma política de incentivo ao uso de bicicletas nas cidades. 

Consórcio da Linha 4 do Metrô reformará ciclovia de Botafogo

19/09/2014 - O Globo

RIO - O Consórcio Linha 4 Sul, responsável pelas obras da Linha 4 do Metrô (Barra da Tijuca – Ipanema) entre Ipanema e Gávea, terminará até o fim de setembro as obras de revitalização de uma das principais ciclovias de Botafogo. Quem costuma pedalar pela ciclovia, que passa pelo Cemitério São João Batista, na Rua General Polidoro até a Rua Voluntários da Pátria, vai perceber o asfalto novo, a pintura recuperada e reforço na sinalização, inclusive com placas novas. A ciclovia passa pela Rua Professor Álvaro Rodrigues e segue até bem próximo da Praia de Botafogo.

A iniciativa da Linha 4 do Metrô é uma tentativa de estimular o uso da bicicleta como meio de transporte para curtas distâncias. Na Praça Nossa Senhora da Paz — que esteve totalmente fechada para a construção da futura estação que funcionará no local, mas teve 46% de seu espaço reaberto ao público no final de julho, quando a área de tapumes foi reduzida —, o consórcio colocou 2 novos bicicletários com 12 vagas.


Ao todo, são 63 bicicletários instalados entre Ipanema e Leblon, em parceria com a prefeitura do Rio, desde o início das obras na Zona Sul. Só na Avenida Ataulfo de Paiva, são 29. Há também pontos de estacionamento para as magrelas na orla e em locais de grande movimento, próximo a cinemas, shoppings, edifícios comerciais, restaurantes e galerias. Os equipamentos foram desenhados no formato de "R", de Rio.

Em SP, número de ciclistas cresce 50% em 1 ano

19/09/2014 - O Estado de SP

São Paulo - O número de paulistanos usando bicicletas como meio de transporte cresceu 50% em 2014. Pesquisa divulgada ontem pelo Ibope mostra que em um ano a capital paulista ganhou 86,1 mil ciclistas frequentes - o período coincide, em parte, com a ampliação da malha cicloviária da cidade.

Se no ano passado o mesmo levantamento apontava que 174,1 mil pessoas usavam bicicletas todos os dias como meio de transporte, atualmente o patamar alcançou 261 mil paulistanos.

Outro dado revelado pelo estudo é que quase nove em cada dez habitantes da metrópole se dizem favoráveis às ciclovias: 88% apoiam as faixas segregadas, mais do que os 86% verificados no ano passado. Em 2013, havia nas vias do município apenas 63 km de canaletas exclusivas para bicicletas, quantidade inferior à de outras metrópoles, como Rio, Bogotá, Nova York e Berlim.

Desde junho passado, quando a gestão Fernando Haddad (PT) passou a priorizar também a segurança dos ciclistas, foram inaugurados 70,6 km de ciclovias, mais do que dobrando os percursos só para bicicletas, que hoje somam 133,6 km - neste fim de semana, mais quilômetros devem ser entregues.

Proporcionalmente, porém, os ciclistas ativos ainda são poucos: representam 3% dos entrevistados pelo instituto de pesquisa entre 29 de agosto e 3 de setembro, sob encomenda da Rede Nossa São Paulo. O Ibope ouviu 700 pessoas. Do total, 71% declararam "nunca" usar a bicicleta como alternativa ao automóvel.

Outros 23% afirmaram que sobem nas bicicletas "de vez em quando" e 3% "quase todos os dias". A pesquisa foi encomendada pela Rede Nossa São Paulo.

O coordenador executivo da entidade, Mauricio Broinizi Pereira, afirma que a tendência é de aumento dos usuários de bikes em São Paulo. "Em todos os lugares do mundo onde foram implementadas redes de ciclovia, sua presença induziu o maior uso de bicicleta."

Para ele, é "fundamental" que as bicicletas se tornem mais integradas a terminais de ônibus, trem e metrô, especialmente na periferia, para estimular mais gente a usá-las como meio de transporte.

"Muita gente quer mais segurança para poder usar a bicicleta, mas ainda existe um momento de transição em que há polêmica, mais ou menos como aconteceu com as faixas de ônibus, hoje aprovadas pela maioria das pessoas."

Comemoração. O cicloativista Willian Cruz, do site Vá de Bike, comemora o fato de que, pela primeira vez, haja um dado concreto do número de ciclistas frequentes em São Paulo.

Ele citou a última Pesquisa Origem/Destino do Metrô, de 2012, que contabilizava 333 mil viagens diárias em bicicletas, mas não a quantidade de pessoas. Para ele, os 261 mil ciclistas diários de São Paulo são um número "bastante relevante".

"Mostra que existe muita gente andando de bicicleta, embora ainda haja quem não acredite nisso. E são ciclistas de todos os níveis sociais, fazendo todo o tamanho de trajeto, para vários fins. A bicicleta é bem versátil." 

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Passo Fundo (RS) ganha primeira ciclovia

10/09/2014 - Correio do Povo - Porto Alegre

A prefeitura começou as obras de construção da primeira ciclovia de Passo Fundo, localizada no canteiro central da avenida Brasil, a principal da cidade. O projeto prevê também a implantação de um caminhódromo. O prefeito Luciano Azevedo disse que a intenção é estimular a população a usar a bicicleta para lazer e esporte e como transporte.

O secretário municipal de Obras, João Bordin, explica que a ciclovia terá duas faixas com extensão de 1,5 quilômetro de cada lado, entre as ruas Livramento, no bairro Boqueirão, e Sete de Setembro, no Centro. A previsão é de que os trabalhos sejam concluídos em 30 dias.

Um segundo ponto da ciclovia será no canteiro central da avenida Rui Barbosa, na vila Petrópolis, com 1,4 quilômetro. Essa obra deve começar no início do próximo ano. Segundo o secretário, na avenida Brasil as equipes trabalham na preparação da cancha para o asfalto da nova pista.

Bordin afirma que a ciclovia terá traçado dentro dos canteiros, com sinalização para travessia e orientações, sem tirar as características dos locais. Paralelo ao novo espaço, o caminhódromo será outro ponto para a comunidade praticar atividades físicas. A prefeitura está investindo R$ 200 mil com recursos próprios nas obras.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

O maior estacionamento de bicicletas da América Latina fica no Brasil: Ascobike

08/09/2014 - Revista Bicicleta


Em Mauá, cidade localizada a 27 km ao sudoeste de São Paulo, era comum observar centenas de bicicletas estacionadas em qualquer ponto da estação de trens que conecta ambas as cidades, consequência de uma lei municipal que proíbe estacionar as bicicletas nos postes das ruas. Se um guarda encontra uma bicicleta amarrada ou presa num poste, ele tem permissão para apreendê-la e levá-la à um pátio municipal de veículos apreendidos. Por isto, todos os ciclistas deixavam suas bicicletas na estação, considerada um lugar seguro, com gente circulando até tarde da noite.

Ainda sim, esse improvisado estacionamento de bicicletas dentro da estação dificultava a circulação dos passageiros, sobretudo nos horários mais movimentados. Com isso, Adilson Alcântara, funcionário da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e trabalhador da estação Mauá, pensou numa solução para que os ciclistas pudessem deixar suas bicicletas num lugar mais cômodo e seguro, sem afetar os demais passageiros.

Foi assim que, em 2001, fundou a Associação de Condutores de Bicicletas Mauá (Ascobike), que neste mesmo ano apresentou um projeto à CTPM para criar um estacionamento de bicicletas numa das laterais da estação de trens, em pleno centro da cidade. Como a ideia era viável, a companhia concedeu à Associação um espaço com capacidade para até 200 bicicletas.

Desta forma, as pessoas que vivem em Mauá e viajam todos os dias até São Paulo para trabalhar ou estudar podem combinar suas viagens de trem com os trajetos percorridos de bicicleta. A iniciativa também permitiu que 85% dos passageiros que usam o estacionamento para bicicletas continuem suas viagens em trem, dando uma nova função intermodal para a estação. Com os anos, o uso da bicicleta foi se intensificando a ponto do estacionamento ampliar suas instalações, chegando à capacidade atual de 1.700 bicicletas.

Para utilizar o serviço, cada pessoa deve pagar uma taxa de R$ 10,00 mensais. Isso dá direito a estacionar a bicicleta durante as 24 horas do dia e durante os 365 dias do ano. Cada bicicleta leva consigo um distintivo com um número que é o mesmo número do estacionamento, e que identifica cada membro inscrito no sistema. Os ciclistas também recebem abono em planos de saúde e um serviço de oficinas de bicicleta mais barato. Este último permite que uma pessoa deixe sua bicicleta pela manhã e já pegue ela pronta durante a tarde. Caso seja preciso mais tempo para arrumá-la, a Ascobike possui 12 bicicletas que empresta aos usuários.

Como o estacionamento visa ser um agente social, conta com advogados e trabalhadores sociais que auxiliam os ciclistas em qualquer assunto legal em que necessitem assessoria, independente da questão tratada. Há também uma pequena infraestrutura que permite aos ciclistas um local para tomar um café, limpar seus sapatos depois de pedalar e encher os pneus de suas bicicletas.

Os R$ 10,00 mensais são a única tarifa do serviço e financia o newsletter do sistema, as contribuições, os impostos e o salário da equipe de Ascobike, que periodicamente realiza oficinas sobre segurança no trânsito.

Como o formato dos estacionamentos funcionou bem desde o princípio, o serviço foi ampliado a outras 14 estações da CPTM. Atualmente, a organização está trabalhando com outras organizações e instituições municipais, federais e estaduais para promover a bicicleta como meio de transporte e instalar nas ruas sinalização dedicada aos ciclistas.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Rede de aluguel de bicicletas abre nova estação na Tijuca e expande para outros bairros

02/09/2014 - O Globo

Velhas conhecidas na Zona Sul, as bicicletas laranjas do projeto Bike Rio começam agora a tingir as ruas da Zona Norte. Ontem, a Tijuca ganhou a quinta estação do sistema, na Praça Xavier de Brito. Até o fim do ano, devem ser inaugurados mais 15 pontos de aluguel, espalhados por bairros como Tijuca, Maracanã, Vila Isabel e Praça da Bandeira.

— Fico feliz que o projeto tenha chegado aqui. É uma ótima opção de lazer, e não pode ficar restrita à Zona Sul — comemora o engenheiro Pierre Nóbrega, de 35 anos.

Ex-morador de Copacabana, ele se mudou para a Tijuca há dois meses, e sentia falta de passear de bicicleta com a mulher, Márcia, de 36. O casal se surpreendeu ao descobrir a estação Heitor Beltrão.

No mês passado, começaram a funcionar no bairro as estações Vanhargem, na Avenida Maracanã, Heitor Beltrão, na rua de mesmo nome, Largo da Segunda-feira e Itacuruçá, na Rua Itacuruçá. Pelo menos outras três estações, que já foram aprovadas, serão inauguradas até 2015: na Rua Barão de Mesquita, perto do Shopping Tijuca; na Rua Mata Machado, próximo ao Maracanã; e Rua do Matoso, esquina com a Santa Amélia.

Ainda há planos de levar a rede para pontos como a Uerj, o Sesc Tijuca e o Maracanãzinho. Atualmente, o projeto dispõe de 1.100 bicicletas em 110 pontos da cidade. No início do ano que vem, a previsão é de que sejam 260 estações, com 2.600 bicicletas.

Moradora do entorno do Maracanã, Gisele Rodrigues, de 31 anos, descobriu a estação Vanhargem neste final de semana e aproveitou para passear de laranjinha.

— Gostei dessa estação porque fica perto de uma cabine da polícia, então me sinto mais segura — vibra.

Mais ciclovias

Em comemoração aos 450 anos do Rio, ano que vem, a prefeitura vai estender a malha de ciclovias da cidade dos atuais 370km para 450km, conforme noticiado por Ancelmo Góis, no jornal "O Globo". A meta já existia, mas era projetada para 2016. Os bairros contemplados e o traçado ainda não foram definidos.

Como funciona

O primeiro passo é acessar o site www.movesamba.com.br/bikerio e clicar na opção: "cadastre-se". Em seguida, é preciso cadastrar um cartão de crédito, mesmo que se opte pelas viagens gratuitas.

O passe mensal custa R$ 10. O passe diário, R$ 5. As viagens de até 60 minutos são gratuitas, com um intervalo mínimo de 15 minutos. Após esse período, passa a ser cobrado R$ 5 por hora.

Para destravar a bicicleta, é preciso ligar para o número 4003-6054, digitar o código da estação e a posição da bicicleta escolhida. Quando a luz verde estiver acesa, é só puxar a bicicleta.

A entrega pode ser feita em qualquer estação. Basta escolher uma posição livre, encaixar a bicicleta e verificar se está travada. Se não tiver espaço livre, ligue para 4003- 6054 e siga as orientações.

Obra de ciclovia começa neste mês na Paulista

02/09/2014 - O Estado de SP

SÃO PAULO - Esperada há anos por quem anda de bicicleta em São Paulo, a ciclovia da Avenida Paulista começa a sair do papel neste mês. A informação foi divulgada nesta segunda pelo secretário municipal dos Transportes, Jilmar Tatto. A gestão do prefeito Fernando Haddad (PT) tem nas bicicletas uma de suas prioridades para a área de mobilidade urbana. Desde junho, 44,9 quilômetros de ciclovias foram instalados na cidade - existem hoje 105,5 km dessas canaletas segregadas.
"Acho que vamos começar (a obra da Paulista) agora em setembro, no canteiro central", afirmou o secretário, ao ser questionado pelo Estado sobre a estrutura. Ainda de acordo com ele, a "ideia é até o fim do ano" abrir a via ao público.

A ciclovia da Paulista fará com que o canteiro central da avenida seja alargado em cerca de 25 centímetros em cada lado, a fim de acomodar a passagem das bicicletas nos dois sentidos. Mesmo assim, a via não perderá nenhuma das oito faixas de rolamento para veículos motorizados. Segundo Tatto, em certos trechos haverá a colocação de grades nas laterais, para proteger os ciclistas.

Em uma ponta, a ciclovia continuará pela Rua Vergueiro. Na outra parte da Paulista, ela seguirá por dentro do bairro do Pacaembu, em vez de continuar pela Avenida Doutor Arnaldo.

Tatto disse que o projeto da Paulista está pronto, ou seja, o traçado já foi definido. Contudo, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) informou que o plano "ainda está em fase de execução", sem dar detalhes, como o que será feito com os canteiros de plantas. Pela avenida, que tem 2,4 km de comprimento, circulam, em três horas na ciclofaixa de lazer montada na avenida, cerca de 2,4 mil ciclistas, conforme estatísticas de 2012 da própria Prefeitura. A ciclofaixa, entretanto, é provisória e opera somente aos domingos e feriados nacionais.

A Paulista já foi palco de graves acidentes que resultaram na morte de ciclistas, como o da bióloga Juliana Dias, de 33 anos, em 2012, e de Márcia Prado, de 40, três anos antes. Ambas foram atingidas por ônibus na faixa mais à direita. Em março de 2013, um jovem que ia trabalhar de bicicleta perdeu o braço direito ao ser atropelado por um motorista bêbado na ciclofaixa da avenida.

Ele é o auxiliar David Santos Sousa, de 22 anos, que afirma ser favorável à implementação da ciclovia. "Com certeza, é um bom começo, porque tem muita gente que usa a Paulista de bicicleta." O jovem, porém, critica a demora para a construção de uma via só para bikes no local. "Só pela quantidade de pessoas que morreram lá, deveriam ter feito isso bem antes." Apesar do acidente, Sousa ainda circula de bike pela Paulista.

O cicloativista Willian Cruz, do site Vá de Bike, explica que uma vertente dos ciclistas defende a criação de ciclovias à direita nas pistas, para facilitar o acesso a comércios e serviços. "Mas a ciclovia no canteiro central tem a vantagem de proteger os ciclistas. No caso da Paulista, é necessário, porque é uma rota conhecida dos ciclistas." Para ele, a Prefeitura poderia aumentar o tempo de travessia dos semáforos de pedestres para evitar o acúmulo de pessoas no canteiro central e um eventual conflito com os ciclistas.

Restrição. Na semana passada, Tatto esteve em Nova York para uma visita técnica. Um dos objetivos da viagem, disse ele, foi o de aperfeiçoar entendimentos para a implementação de ciclovias urbanas - a cidade americana teve, nos últimos anos, um plano agressivo de instalação de canaletas para bikes, atingindo a marca de 675 km. O governo Haddad quer 400 km em São Paulo até o fim do próximo ano.

Mas houve outra pauta de Tatto em Nova York. "Fui entender um pouco como eles fizeram a parte da restrição do carro na região central." Questionado se a ideia pode ser trazida, o secretário respondeu que "conhecimento sempre é bom na hora de tomar uma decisão". "Ela deve ser tomada em dados sólidos, em experiências. A cidade de São Paulo não é uma ilha."

SP pode entregar bikes à concessão

Um projeto de lei em elaboração pela Prefeitura de São Paulo prevê a concessão do serviço de empréstimo de bicicleta na cidade. O serviço poderá ser gratuito. Hoje, vigoram parcerias com entidades privadas, como os bancos Itaú e Bradesco, em que os usuários precisam pagar para usar as bicicletas por um determinado período.

"Evidentemente que, se for gratuito, é dinheiro do Orçamento. Quer dizer, aquele trecho que o usuário faz com bicicleta, e ela será pública, alguém tem de pagar. E neste caso é o próprio poder público", disse o secretário dos Transportes, Jilmar Tatto. Segundo ele, outro modelo possível é cobrar tarifa. O serviço será integrado ao Bilhete Único.