segunda-feira, 29 de junho de 2015

Ciclovia na Paulista é inaugurada

29/06/2015 

O Estado de SP / Folha de SP / Diário do Nordeste

Leia: Prefeitura abre ciclovia da Paulista hoje e testa veto a carros aos domingos - O Estado de SP

SÃO PAULO - Sob vaias de antipetistas e aplausos de ciclistas, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), inaugurou neste domingo, 28, a ciclovia da Avenida Paulista, na região central da cidade. A via, com 2,7 quilômetros de extensão em cada sentido, atraiu milhares de pessoas. A Paulista ficou fechada para carros das 10h às 17h10 e foi tomada não só por ciclistas, mas também por skatistas, famílias, idosos, músicos, food trucks e food bikes.

Haddad percorreu a via de bicicleta do Hospital Santa Catarina até a Praça do Ciclista, na Consolação, e foi alvo de manifestantes em diferentes pontos da avenida. Os protestos focaram nos desdobramentos da Operação Lava Jato e em críticas ao PT. Durante a cerimônia de inauguração, o prefeito deu entrevista sob vaias e gritos de um grupo que estava no pátio interno do Hospital Santa Catarina. As pessoas gritavam "petrolão!", "Sérgio Moro está chegando", "ciclovia para as pedaladas de Dilma" e "bandido".

Questionado, Haddad atribuiu as manifestações a opositores "infiltrados" no evento. "Sabiam que eu estaria aqui e tem certa 'infiltraçãozinha'. Mas temos de respeitar, porque é uma manifestação democrática."

O advogado Henrique Vilela de Souza, de 39 anos, foi um dos que gritaram contra o prefeito. Ele afirmou que passava pelo local "por acaso" e negou ser infiltrado ou filiado a partido político. O secretário municipal dos Transportes, Jilmar Tatto, comentou a situação: "Acho que os doentes estavam do lado de fora, não acham?".

MBL. Um grupo de 15 pessoas do Movimento Brasil Livre (MBL) foi até a Paulista para protestar contra as "pedaladas fiscais" da presidente Dilma Rousseff. Em 13 bicicletas, os manifestantes planejavam fazer um passeio pela ciclovia, mas teriam sido impedidos por ciclistas.

"Começamos a abrir nossas faixas e íamos pedalar, mas ficamos ilhados. Logo fomos hostilizados, e a Polícia Militar teve de fazer a nossa segurança. Pediram que nos retirassem", contou o estudante de Direito e líder do MBL-SP, Caíque Mafra, de 21 anos. Na confusão, o jovem disse ter sido agredido com um tapa na cara.

Haddad convocou todos os partidos a integrarem o apoio às ciclovias. "Isso aqui não é uma política partidária, não é uma política de governo, é uma política que deveria ser abraçada por todos os partidos e por todos os governos", afirmou. Manifestantes ainda pediam ciclovias na periferia.

Durante a madrugada, antes da inauguração, tinta azul foi jogada em um trecho da ciclovia, entre o Museu de Arte de São Paulo (Masp) e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), mas foi retirada após limpeza da Prefeitura com auxílio de caminhão-pipa. O secretário Tatto ironizou o ato. "Deviam estar comemorando (a abertura da ciclovia)."

Elogios. A estrutura da ciclovia e o fechamento da Paulista foram elogiados por ciclistas. "Acho que foi bem planejada, tem segurança. E foi legal também ver a ocupação da cidade. Quando eu olhava a multidão, parecia um sonho, uma alucinação", disse o técnico de som Gustavo Zysman, de 30 anos.

Cicloativista, o analista de sistemas Diogo Pedrosa, de 34 anos, diz ter ficado emocionado. "No caminho vi várias pessoas trazendo bicicletas nos carros, muita gente prestigiando."

Moradores do cruzamento da Avenida Paulista com a Rua da Consolação, o advogado Fábio Maia, de 40 anos, e a gerente administrativa Anne Santos, de 37, caminhavam no fim da manhã com a filha e quatro cachorros. O casal manifestou apoio ao projeto da Prefeitura de fechar a Paulista aos domingos. "Achamos sensacional. Aos poucos, o hábito vai pegar. É bacana essa ideia de compartilhar espaços", afirmou Maia.

Nem a PM nem a CET informaram quantas pessoas foram ao local neste domingo. Por volta das 12h50, um homem foi preso por policiais militares por furtar uma bicicleta próximo da Avenida Brigadeiro Luís Antonio.

Folha de SP

Após teste com ciclovia, ideia de fechar a Paulista aos domingos ganha força

Milhares de pessoas ocuparam a avenida Paulista, interditada neste domingo (28), para a inauguração da ciclovia. Após um dia sem incidentes graves ou grandes congestionamentos, ganhou força na gestão Fernando Haddad (PT) a ideia de vetar os carros na via todos os domingos.

Na avaliação da prefeitura, a experiência foi positiva. Técnicos da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) devem apresentar relatório com o impacto no trânsito ainda nesta semana. Com isso, a equipe de Haddad vai avaliar se será necessário realizar mais testes antes de tomar uma decisão definitiva.

"Seria bom fazer da Paulista aos domingos um grande parque, onde as pessoas pudessem passear com segurança", afirmou o secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto. Ele disse, ainda, que não haveria dificuldades em fazer as alterações viárias necessárias para o fechamento uma vez por semana.

"A CET consegue montar uma operação especial para os acessos aos hospitais", disse. "Para os moradores daqui a gente consegue fornecer uma autorização especial [de circulação], como a gente faz no autódromo de Interlagos em dia de Fórmula 1."

A ciclovia tem 2,7 quilômetros de extensão, entre a praça Oswaldo Cruz e a avenida Angélica. Com ela, a cidade passou a ter 334,9 km de malha cicloviária.

O prefeito, morador do Paraíso, foi à inauguração de bicicleta. Durante a coletiva de imprensa, chegou a ser vaiado por um grupo anti-PT, mas na sequência foi aplaudido pelos ciclistas que lotavam a Paulista.

SOBRE RODAS

O público comemorou a conquista do espaço na avenida mais importante da capital, que já foi cenário de diversos acidentes com ciclistas.

Por volta das 7h, cicloativistas homenagearam duas "bikers" mortas na via: Márcia Andrade Prado e Juliana Dias. Duas bicicletas que ficam amarradas a gradis -marcos das mortes de ambas-, receberam novas mãos de tinta branca e foram enfeitadas com flores.

Entre os presentes estava Roberta Ferrari Andrade, 48, prima de Márcia Prado. "O que a Márcia queria, humanizar São Paulo, começa a acontecer um pouco agora, com essa ciclovia", disse Roberta, que veio do Rio de Janeiro para a cerimônia.

Mas nem só de ciclistas se fez o domingo na Paulista. Cantores, Testemunhas de Jeová, hippies e famílias inteiras tomaram as calçadas.

Nessa "praia de paulista" também teve espaço para piqueniques. Sentada em cima de uma toalha xadrez, a professora de educação física Diná Ramos, 40, aproveitava o sol tomando chá. Apesar da escassez de comidas em sua cesta, esperava confiante. "Convidei um monte de gente. Ainda é cedo, eles vão aparecer", disse. Uma hora depois, os convivas chegaram.

A PM e a prefeitura não deram estimativa de público.

LADRÕES

A única ocorrência policial registrada foi a prisão em flagrante de dois homens, em frente ao clube Homs, por volta das 13h. Segundo a Polícia Militar, a dupla furtou quatro bicicletas, que não haviam sido recuperadas até o início da noite deste domingo.

Eles foram presos com alicates para cortar cadeados e levados ao 78º DP (Jardins).

Diário do Nordeste

Ciclovia na Avenida Paulista: Inauguração atrai ciclistas e protesto

Milhares de pessoas percorreram os 4 km destinados às bicicletas, e manifestações contra o PT marcaram o evento

São Paulo. A inauguração da ciclovia na Avenida Paulista, região central de São Paulo, atraiu ontem milhares de ciclistas. Segundo a Polícia Militar, às 10 horas da manhã havia mais de 2 mil pessoas com bikes na área. A via segregada para bicicletas tem cerca de quatro quilômetros de extensão e registra intenso movimento no seu primeiro dia de funcionamento oficial.

O início do tráfego na ciclovia, no entanto, também ocorreu sob protestos de diferentes grupos. Durante a madrugada, tinta azul foi jogada em um trecho da via próximo ao prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), mas foi retirada após limpeza da Prefeitura. Outros movimentos estenderam faixa de "Fora PT".

Uma garrafa pet ainda com tinta foi encontrada no local, nas imediações do parque Trianon, na Avenida Paulista. A polícia não identificou os autores do ato de vandalismo. Aparentemente, a tinta usada foi a guache, comumente utilizada em trabalhos escolares. A mancha azul se estendeu por cerca de 300 metros, entre o Masp e a rua Pamplona.

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), foi alvo de manifestantes em diferentes pontos da avenida. Os protestos focaram principalmente nos desdobramentos da Lava- Jato e em críticas ao Partido dos Trabalhadores. Em frente ao Hospital Santa Catarina, na Avenida Paulista, de onde saiu a comitiva do prefeito para percorrer a ciclovia, pessoas gritavam "petrolão!", "Sérgio Moro está chegando", "Ciclovia para as pedaladas de Dilma" e "bandido".

Questionado sobre a reação, Haddad atribuiu as manifestações a "infiltrados", que teriam se preparado para protestar no evento. O advogado Henrique Vilela de Souza, de 39 anos, foi um dos que gritaram do lado de dentro do hospital, a poucos metros do prefeito. Ele afirmou que não estava acompanhando paciente, apenas passava pelo local. Souza negou ser infiltrado. O advogado afirmou que não é de São Paulo e que não tem opinião formada sobre a ciclovia.

Qualidade

Fernando Haddad exaltou a ciclovia como "símbolo de qualidade de vida" e disse que esta é uma política que "deveria ser abraçada por todos os partidos". Diversos ciclistas que se dirigiram à Avenida Paulista carregavam balões brancos.

No período da manhã, Haddad percorreu a ciclovia acompanhado pela primeira-dama, Ana Estela Haddad, e pelo secretários Jilmar Tatto (Transportes), Gabriel Chalita (Educação) e Eduardo Suplicy (Direitos Humanos). No final do trajeto, na Praça do Ciclista, que fica próximo à Rua da Consolação, o prefeito parou para descansar e tomar água de coco.

Haddad comemorou o início das atividades na ciclovia. "Acho importante também pelo simbolismo. O principal cartão postal da América Latina agora tem uma área que é a malha cicloviária", disse. Ele ainda convocou todos os partidos a integrarem o apoio às ciclovias. "Isso aqui não é uma política partidária, não é uma política de governo, é uma política que deveria ser abraçada por todos os partidos e por todos os governos, para que pedestres e ciclistas tenham seu espaço garantido além do transporte público", acrescentou o prefeito.

Um simulador virtual lançado na semana passada, no Congresso Brasileiro de Transporte e Trânsito, da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos), estima o impacto de mudanças no uso de diferentes meio de transporte nas maiores cidades do país.

 

A mudança de meio de transporte traria diversos benefícios, como a redução de 25% na emissão de poluentes locais, como monóxido de carbono.

domingo, 28 de junho de 2015

Ciclovia da Avenida Paulista é inaugurada neste domingo

28/06/2015 11h12 - Atualizado em 28/06/2015 17h41

Ciclovia da Avenida Paulista é inaugurada neste domingo

Pista exclusiva, que fica no canteiro central, foi oficialmente aberta.
Via foi totalmente interditada para o tráfego de veículos por volta das 10h.

Vivian ReisDo G1 São Paulo
A ciclovia da Avenida Paulista foi inaugurada na manhã deste domingo (28) com festa dos ciclistas, protesto contra o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), e tinta azul jogada na pista exclusiva de bicicletas. Por volta das 10h, a Paulista foi interditada ao trânsito nos dois sentidos e só foi liberada às 17h15, segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).
Veja as fotos da inauguração da ciclovia da Avenida Paulista

O prefeito disse, durante a cerimônia de inauguração, que a ciclovia é um "símbolo de qualidade de vida". Ele justificou o fechamento da Avenida Paulista para o evento dizendo que o espaço "é público". Ao ser questionado sobre fechamento na Paulista todos os domingos, o secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, respondeu que isso ainda está em estudo. “A intenção da ciclovia é abrir a Avenida Paulista para todo mundo, não só para carros, mas também para pedestres e veículos não motorizados”, falou o secretário.
Henrique Sousa participou de protesto na Avenida Paulista (Foto: Vivian Reis/G1)Henrique Sousa participou de protesto na Avenida
Paulista neste domingo (Foto: Vivian Reis/G1)
Durante a coletiva, o prefeito enfrentou protestos de pessoas contrárias ao PT, que gritavam frases contra ele e a presidente Dilma Rousseff. Simpatizantes do prefeito o defenderam gritando contra o grupo.
Uma das pessoas que protestou foi Henrique Sousa, de 39 anos. "Eles não conseguem enxergar que, naturalmente, as turmas estão contra. Não é uma coisa orquestrada. Especificamente contra ciclovia não tenho uma opinião formada porque não sou daqui. Contra o PT é óbvio, a popularidade da Dilma está em menos de 10%", afirmou.
Avenida Paulista cheia de ciclistas neste domingo para abertura da ciclovia (Foto: Caio Kenji/G1)Avenida Paulista cheia de ciclistas neste domingo para abertura da ciclovia (Foto: Caio Kenji/G1)
Tinta azul
Um pouco antes da inauguração, por volta das 9h, ciclistas já pedalavam na ciclovia. Grupos chegavam à avenida para acompanhar a abertura e algumas pessoas carregavam balões brancos. Bicicletas foram colocadas em alguns pontos da via para lembrar os ciclistas mortos.
No mesmo horário, funcionários da Prefeitura limpavam um trecho da pista, na altura do prédio da Fiesp, porque tinta azul foi jogada na ciclovia. Não havia informações sobre o responsável pelo ato de vandalismo. 

O secretário municipal de Educação, Gabriel Chalita, foi até a Avenida Paulista para a inauguração. Ele acredita que a ciclovia é uma iniciativa que demora até as pessoas se acostumarem, até por isso há muitas críticas. “A juventude olha com bons olhos essas novidades e quer se apropriar dos espaços da cidade. Os jovens nem querem ter carro.”
O ex-senador Eduardo Suplicy, secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania, pedalou na nova ciclovia na manhã deste domingo.

O advogado Roberto Valtorta diz que pensa em utilizar a ciclovia para ir trabalhar todos os dias. “Caminho quatro quilômetros por dia até o trabalho para evitar o trânsito e penso em pedalar agora para chegar mais rápido. Não acho que o trânsito vá melhorar com a ciclovia, mas deixa a cidade mais bonita”, disse. Ele conta que mora perto e costuma andar de bicicleta na região.
Garrafa com tinta azul jogada na ciclovia da Avenida Paulista no dia da inauguração (Foto: Werther Santana/Estadão Conteúdo)Garrafa com tinta azul jogada na ciclovia da Avenida Paulista (Foto: Werther Santana/Estadão Conteúdo)
Com 2,7 km de extensão e construída no canteiro central, a pista exclusiva está entre a Praça Oswaldo Cruz e a Avenida Angélica. A ciclovia tem quatro metros de largura e fica a uma altura de 18 cm em relação às faixas de rolamento ao seu lado.

Devido ao alargamento do canteiro central, as faixas das duas pistas, tanto no sentido Consolação quanto no sentido Brigadeiro, precisaram ser reajustadas e diminuíram a largura de 3 metros para 2,8 metros. Já a faixa de ônibus, à direita da pista, perdeu 20 centímetros, passando de 3,5 metros para 3,3 metros.
A obra, que durou quase cerca de seis meses, custou R$ 12,2 milhões aos cofres públicos, no trecho entre as avenidas Paulista e Bernardino de Campos, incluindo a instalação de dutos para a passagem de fibra ótica sob a pista. Diferentemente da maioria das ciclovias, que são pintadas com tinta vermelha, a da Paulista é feita com concreto pigmentado com coloração.
Ciclistas comemoram inauguração de ciclovia com balões brancos (Foto: Caio Kenji/G1)Ciclistas comemoram inauguração de ciclovia com balões brancos (Foto: Caio Kenji/G1)
Com a implantação da ciclovia, foram retiradas as floreiras e relógios do canteiro central. Alguns relógios devem ser realocados posteriormente nas calçadas. Os pedestres ficarão na ilha de segurança durante a travessia.
Avenida Paulista ciclovia (Foto: Nelson Antoine/AE)Avenida Paulista fechada para inauguração de
ciclovia (Foto: Nelson Antoine/AE)
"Nós aumentamos o espaço de pedestres no canteiro central. O pedestre tem o tempo semafórico. Se ele ficar no canteiro central, tem uma ilha de segurança que nós aumentamos”, afirmou o secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto. “Fizemos o recuo para pedestre, para o ciclista, tiramos os relógios por questão de segurança”, disse.
Apesar da inauguração da ciclovia, a ciclofaixa de lazer da Avenida Paulista, que funciona aos domingos e feriados, não será desativada. “Eu acho melhor deixar segregado (ciclofaixa de lazer). Se tiver muita gente, acaba um transtorno danado. A ideia é manter a ciclofaixa de lazer e o pedestre fica ao lado”, disse o secretário de Transportes.

A construção de ciclovias é uma das principais marcas da gestão do prefeito Fernando Haddad (PT), que pretende entregar 400 km de vias exclusivas para ciclistas até o fim deste ano. Atualmente, a cidade possui 298,6 km de ciclovias, sendo 238,3 km somente da gestão do prefeito Haddad. Com as inaugurações deste domingo, São Paulo tem 307,4 km de ciclovias.


Aumento dos ciclistas
Segundo uma pesquisa do volume de bicicletas que circulam pela Paulista realizado pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), o número de ciclistas que passou a circular na Avenida Paulista durante a realização das obras da ciclovia subiu 51% no período da manhã, entre 7h e 10h. O estudo mostra que aumentou de 85 para 129 o número de ciclistas que passaram em ambos os sentidos no período de três horas antes e depois do início das obras.

Segundo Jilmar Tatto, a diminuição da velocidade dos veículos incentivou o uso da via. “Claro que eles [ciclistas] não usavam a ciclovia, que ainda estava em obra, mas as faixas de rolamento. Na medida em que a obra foi acontecendo, reduziu a velocidade dos carros, o que estimulou e encorajou os ciclistas a usarem a Paulista”, afirmou.
A pesquisa engloba três medições, realizadas nos horários da manhã e tarde. A primeira contagem foi anterior ao dia 9 de setembro do ano passado entre a Alameda Ministro Rocha Azevedo e Rua Padre João Manuel. A segunda medição ocorreu no dia 6 de maio. Já a terceira foi realizada em 10 de junho.
No período da manhã, a primeira medição mostra que o número de ciclistas aumentou em 35,29%, passando de 85 para 115.
Mapa das ciclovias de São Paulo (Foto: Editoria de Arte/G1)
Acidentes
Nos últimos anos, a Avenida Paulista registrou pelo menos duas mortes e um grave acidente envolvendo ciclistas. Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), 39 ciclistas foram atropelados na Paulista entre 2005 e 2014.
Em outubro do ano passado, o ciclista Marlon Moreira, de 35 anos, morreu após ser atropelado por um ônibus na Avenida Paulista. Testemunhas relataram à polícia que o ônibus seguia no sentido bairro do corredor exclusivo para ônibus quando o ciclista atravessou na frente do veículo, realizando uma manobra proibida de conversão. A vítima foi socorrida ao Hospital das Clínicas, mas não resistiu aos ferimentos.
Em março de 2013, o operador de rapel David Santos Sousa, perdeu o braço direito ao ser atropelado na via (veja no vídeo acima). O motorista, o estudante de psicologia Alex Kosloff Siwek, jogou o braço de David em um córrego. Um exame clínico feito após o acidente apontou vestígios de álcool no motorista, mas concluiu que ele não estava embriagado no momento da colisão.
Uma ano antes, em março de 2012, uma ciclista profissional de 33 anos também morreu após ser atropelada por um ônibus na Paulista.
Ciclistas celebram novo espaço para bicicletas na Avenida Paulista (Foto: Caio Kenji/G1)Ciclistas celebram novo espaço para bicicletas na Avenida Paulista (Foto: Caio Kenji/G1)
Ciclistas lotaram Avenida Paulista neste domingo para abertura de ciclovia (Foto: Caio Kenji/G1)Ciclistas lotaram Avenida Paulista neste domingo para abertura de ciclovia (Foto: Caio Kenji/G1)
Ciclistas inauguram pista exclusiva na Avenida Paulista neste domingo (Foto: Caio Kenji/G1)Ciclistas inauguram pista exclusiva na Avenida Paulista neste domingo (Foto: Caio Kenji/G1)
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Ciclista pedala na Avenida Paulista neste domingo (Foto: Caio Kenji/G1)Ciclista pedala na Avenida Paulista neste domingo (Foto: Caio Kenji/G1)

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Ciclovia da Paulista já ganha adeptos mesmo antes de inauguração

24/06/2015 - O Estado de SP / Folha de SP

SÃO PAULO - Faltam quatro dias para a inauguração da ciclovia da Avenida Paulista, mas ciclistas já aproveitavam nesta terça-feira, 23, as faixas exclusivas para pedalar ao longo da via, cujo trajeto será de 4 km, entre a Rua da Consolação e a Praça Osvaldo Cruz.

A retirada dos tapumes da obra já é uma inauguração "não oficial" para os ciclistas, que consideram o equipamento um marco para a capital. "Vai ligar a cidade inteira, será uma bandeira, uma amostra de que São Paulo está mais voltada para as pessoas", disse o designer Cesar Ramos, de 39 anos.

Ele usa a bicicleta como meio de transporte entre sua casa, na Bela Vista, região central, e a Rua Oscar Freire, nos Jardins. "Demoro 20 minutos. Já pensei em ter carro, até perceber como a vida é mais feliz e saudável pedalando", afirmou o designer, que pedala Folha de SP

Antes de estreia, ciclovia da av. Paulista já é ocupada por ciclistas

A ciclovia da avenida Paulista ainda não foi inaugurada oficialmente, mas já é utilizada por ciclistas que trafegam pela via na região central da capital paulista.

Na tarde desta terça-feira (23), a Folha flagrou vários ciclistas utilizando a pista, que ainda não foi finalizada.

A obra, que será entregue no domingo (28), ainda passa por últimos retoques. Ontem, funcionários trabalhavam em alguns pontos dela.

Os ciclistas, no entanto, não se importaram muito com isso e entraram no local. Em alguns pontos, não havia obstáculo para o acesso.

Na hora do almoço, passavam pela via entregadores de comida de restaurantes da região e pessoas com bicicletas de um sistema de aluguel que atua na cidade.

As bicicletas vão circular em duas mãos pelo canteiro central, paralelas ao trânsito dos carros, motos e ônibus que passam pela avenida.

Ela será interligada a uma outra, na rua da Consolação, que ainda está em projeto.


Procurada pela reportagem, a prefeitura afirmou que não há restrição de uso por ciclistas em áreas já prontas e que a ciclofaixa já dá segurança aos usuários.há cinco anos.

Ramos evitava a Paulista por medo dos veículos. Durante a entrevista, no cruzamento com a Rua Pamplona, ciclistas que passavam por ele tocavam as campainhas usadas como buzina. "Viu? Os ciclistas se amam. Você não vê motoristas fazendo saudações uns para os outros. Eles só se xingam."

A jornalista Bárbara Calache, de 25 anos, também mora na Bela Vista e trabalha em uma agência na esquina na Avenida Paulista com a Rua Frei Caneca. Quando a reportagem a encontrou, na condição de pedestre, ela fotografava o movimento dos ciclistas. "Não ando, mas estou pensando seriamente em ir trabalhar de bicicleta. Está mais seguro. Não pedalo por medo."

Na opinião de Willian Cruz, cicloativista do site Vá de Bike, a cidade vai ficar mais cordial. "Exercita a convivência. Essa ciclovia é um marco, porque está no cartão-postal da maior cidade do País."

A inauguração oficial da ciclovia será no domingo, com fechamento total da avenida.

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Fernando de Noronha (PE) ganhará 105 bicicletas públicas

Governo do estado faz chamamento a empresas e garante que ainda em 2015 novas bikes compartilhadas serão disponibilizadas a turistas e moradores do arquipélago

10/06/2015 - Leia Já  

Alexandre Cunha
 
O governo de Pernambuco garantiu, nesta quarta-feira (10), que mais 105 bicicletas serão disponibilizadas para compartilhamento público, ainda este ano, em Fernando de Noronha. Dentro do programa Pedala PE, as novas bikes serão somadas às bicicletas elétricas já existentes no arquipélago. Um chamamento público está aberto para atrair empresas interessadas em participar do projeto: a data limite para inscrição é 18 de junho.
 
Vinte estações

De acordo com a Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer de Pernambuco, 20 estações serão instaladas, umas com espaço de convivências e outras como estações de apoio. Das 105 novas bikes, três serão destinadas a pessoas com deficiência visual e outras duas para deficientes físicos. Sinalizações bilíngues indicarão a turistas e moradores espaços para realizações de trilhas. 
 
Totalmente gratuito, o serviço também contempla profissionais que orientarão moradores sobre o uso correto das bicicletas, através de cartilhas informativas. Diferente do que acontece nas estações do Recife, as de Noronha possibilitarão que o usuário utiliza a bike durante todo o dia e devolva em alguma estação no período noturno. 
 
Após o fim do processo de licitação, as atividades devem começar em 90 dias, segundo estimativa da Secretaria de Turismo. As bicicletas terão um design adequado para utilização em meio urbano e terrenos acidentados, como é o caso de Fernando de Noronha. Com no máximo 14 kg, as bikes terão ao menos 21 marchas e contarão com sinalização e campainha. 

Implantação de ciclofaixa causa polêmica

12/06/2015 - O Globo

A construção de uma ciclofaixa entre Laranjeiras e Cosme Velho está dividindo opiniões entre ciclistas, motoristas e pedestres. Motoristas dizem que o trânsito vai piorar em razão do trecho prioritário para as bicicletas. De outro lado, ciclistas reclamam que os motoristas estão desrespeitando a determinação de prioridade e afirmam temer acidentes na via.

Na manhã de ontem, repórteres do GLOBO flagraram irregularidades de ambas as partes: ônibus e carros de passeio fechando ciclistas, que, por sua vez, utilizavam de forma indevida a ciclofaixa.

Na Rua Cosme Velho, quase houve um acidente. Um ônibus chegava ao ponto quando um ciclista se aproximou. Devido à sinalização de prioridade para as bicicletas no local, o coletivo precisou frear, ainda no meio da rua, para evitar a colisão, o que causou tumulto no trânsito.

— É um absurdo, numa rua dessas, que já está toda engarrafada, não poder encostar no ponto quando os passageiros acenam, se um ciclista estiver passando — criticou o motorista envolvido na confusão, que preferiu não se identificar.

O rapaz que estava de bicicleta no momento em que o ônibus não conseguiu acessar o ponto era Jorge Luiz Amaral de Souza, de 56 anos. Ele disse que, na mesma semana, precisou subir a calçada quando um ônibus da linha 422 começou a buzinar atrás dele, mesmo com a nova sinalização:

— Sou a favor da ciclofaixa. Achei que iria melhorar a nossa vida. Mas, justamente por ser neste trecho, acho que vai acabar acontecendo um acidente. Quase fui atropelado na segunda- feira.

Segundo a prefeitura, ações educativas são realizadas constantemente, não só para os motoristas, mas também para os ciclistas e pedestres. O objetivo, ainda de acordo com a prefeitura, é cumprir as leis de trânsito e oferecer mais segurança a todos.


Mesmo com a ciclofaixa sinalizada, ciclista prefere utilizar a calçada
Foto: Gabriel de Paiva / Agência O Globo

sábado, 6 de junho de 2015

Ciclovia da Avenida Paulista fica pronta no dia 27 de junho

05/06/2015 - G1 SP

A ciclovia da Avenida Paulista fica pronta no dia 27 de junho, segundo o consórcio responsável pela obra informou ao SPTV. A partir desta data, os ciclistas vão poder pedalar da Consolação até a Praça Oswaldo Cruz. O trecho da Avenida Bernardino de Campos será entregue no dia 25 de julho.

Os operários que fazem a obra da ciclovia da Paulista desde a primeira semana de janeiro trabalharam durante o feriado de Corpus Christi. Não há mais faixas bloqueadas pela obra, mas os tapumes continuam isolando o canteiro central, o que deve afunilar um pouco o caminho da Parada Gay, que ocorre neste domingo (7)

Em março, a Justiça determinou a paralisação das obras de todas as novas ciclovias na cidade, menos a da Paulista.

Meta da administração

As faixas exclusivas para bicicletas são uma das principais bandeiras da gestão de Fernando Haddad (PT) e estão entre as metas da gestão.

Até março, o prefeito entregou 235,3 km dos 400 km que prometeu até o fim do ano. Segundo estimativas da Prefeitura de São Paulo, o custo médio por quilômetro ficou em R$ 180 mil na instalação de 156 quilômetros até 2014. Ainda segundo a administração municipal, a projeção para os próximos 361 quilômetros em implantação desde o ano passado é um custo médio de R$ 250 mil por quilômetro.

Considerando que São Paulo tem 17,2 mil km de vias pavimentadas, o total representa espaço exclusivo para ciclistas em 2,3% do total de ruas e avenidas da cidade. Segundo estimativas da Prefeitura, o custo total das obras é de R$ 80 milhões. Parte dos recursos devem ser disponibilizados pelo Fundo Municipal do Meio Ambiente (Fema).

De acordo com a Prefeitura, o cumprimento da meta deixará São Paulo com total de ciclovias próximo do que há em outras cidades do mundo. O levantamento da administração municipal aponta que Berlim lidera o ranking com 750 quilômetros. Além dos 400 km do novo plano, há previsão de inauguração de 150 quilômetros de ciclovias que devem ser implantadas junto aos futuros corredores de ônibus, além de outros 63 km já existentes até 2013.

A instalação de ciclovias é uma das estratégias apontadas por especialistas em trânsito para oferecer outras opções para o transporte na cidade. Em maio de 2014, São Paulo atingiu novo recorde de congestionamento, com 344 km de vias congestionadas